Na semana passada, no dia 9 de dezembro, foi comemorado o dia do fonoaudiólogo, um profissional muito importante para o desenvolvimento e aperfeiçoamento vocal daqueles que têm a voz como o seu instrumento de trabalho como, por exemplo, os nossos queridos dubladores.
Em homenagem ao dia 9, gostaria de compartilhar no post de hoje uma informação que poucas pessoas sabem a meu respeito: durante um certo tempo neste ano de 2018, eu tive sessões de fonoaudiologia com uma das principais profissionais da área, Luiza Catoira que, inclusive, já deu uma entrevista aqui pro blog e você pode conferir aqui!
“Tá, Paulo, mas você é tradutor e não dublador, então… por que você fez fonoaudiologia?” Calma que já vou explicar, então vem comigo. 😉
Algo que sempre digo seja aqui no blog, nas minhas palestras ou nos meus cursos é que a dublagem de excelência começa com uma tradução para dublagem de excelência, a base de todo o processo. A verdade é que quanto mais eu entender da parte da dublagem em si, mais elementos eu consigo trazer para as minhas traduções.
Muitos perguntam se eu, ao realizar a revisão da minha tradução, simulo todas as falas, como se estivesse dublando todas elas. Pra mim, essa é a parte mais legal do processo, então logicamente, a resposta é sim, pois não há outra forma (não que eu saiba) de validar se minha tradução em português ficou longa ou curta, já que não basta só ter o mesmo tamanho ou um tamanho próximo da quantidade de palavras da fala original, por exemplo. O ritmo é fundamental para saber se em português a mensagem precisará ser encurtada ou até mesmo aumentada, então sim, só o olhômetro não adianta para saber se a fala vai caber ou não na nossa dublagem.
Dito isso, eu fui sentindo que, ao longo do tempo, para otimizar esse meu processo de revisão/pré-dublagem em casa, eu precisava ter a boca “mais solta”, digamos. Havia dias em que eu travava muito pra conseguir revisar e sentia que perdia muito tempo. Isso foi até assistir a uma palestra da Luisa, mais especificamente em um Workshop organizado pela Dublemix Audiovisual. Ao fim da fala da Luisa, eu a abordei e disse que, depois de ouvi-la, vi que sessões de fonoaudiologia poderiam dar o que eu precisava, e ela me pediu para entrar em contato.
Dito e feito. Marquei minha primeira consulta e acredito que o nosso processo juntos deva ter durado em torno de dois meses mais ou menos. Foi o tempo necessário para que ela me passasse exercícios e técnicas para usar antes de começar essa minha etapa de revisão que, na verdade, são muito parecidos com os utilizados pelos próprios dubladores.
Sempre digo que bagagem e ferramentas que nos auxiliem em nosso trabalho de tradução nunca são de mais e acredito ter aproveitado bem esse tempo que tive contato com a fonoaudiologia e evoluído um pouco mais como profissional. O resultado é que hoje, quando preciso, já tenho as minhas técnicas para fazer essa etapa da revisão das minhas traduções para dublagem fluírem melhor, o que me economiza tempo de trabalho.
Dessa forma, deixo o conselho aos meus amigos tradutores da área e até mesmo aos futuros interessados: se tiverem a oportunidade, procurem um fonoaudiólogo de confiança e realizem algumas sessões. Vocês verão como o nosso tempo pode ser otimizado com a ajuda desses profissionais fantásticos. Um grande abraço e até o próximo post! 😉
Paloma Bueno
14 de dezembro de 2018Muito obrigada por compartilhar essa experiência, e sobre como investimentos não tão óbvios para muitos acaba fazendo toda a diferença 😀
Paulo Noriega
26 de dezembro de 2018Que é isso, Paloma! Quanto mais compartilharmos, melhor será o nosso mercado! =)
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