É isso aí, você não leu o título errado! Sabe aquele trabalho que você adorou traduzir, mas, infelizmente, você não faz ideia de onde foi parar ou, por algum motivo, não estreou no veículo prometido? É justamente sobre isso que vamos conversar no post de hoje, que será um pouco mais breve do que o normal. 😉 Vamos lá?
Pois bem, não sei se você sabe, mas no ramo da tradução literária, por exemplo, ocorrem casos de livros que, mesmo tendo os direitos adquiridos pelas editoras e, às vezes, até chegarem na fase de tradução, não chegam às livrarias, pelas mais variadas razões, seja pelo fim do tempo do contrato de produção do livro ou excesso de obras compradas pelos setores de aquisição das editoras, por exemplo. Mas e na dublagem?
Admito que, na maioria das vezes, eu conseguia descobrir onde as produções que traduzi passariam e já adianto que você não precisa dar uma de C.S.I. Muitas vezes, ao receber o pedido de tradução, o estúdio avisa quem é o cliente, para o caso de você ter que tomar cuidados específicos ao traduzir. No e-mail mesmo ou até nos vídeos originais, está escrito quem encomendou a dublagem, logo torna-se mais fácil saber o destino final da produção ou, pelo menos, inferi-lo.
Por exemplo, se o cliente for o Gloob, logo a produção será exibida no canal Gloob. Se for a Nickelodeon, é bem provável que o destino seja o próprio canal da Nickelodeon. Se for o Telecine, aí as opções aumentam um pouco, pois temos algumas opções como o Pipoca, o Touch e o Action, mas aí, nada que uma boa busca no Google não resolva.
Contudo, todavia, entretanto, há clientes que possuem mais de um veículo possível de exibição e, às vezes, fica difícil saber para qual deles vai a produção dublada. Certas vezes, nem o próprio estúdio de dublagem fica sabendo, acredita? Além disso, há casos em que você até sabe onde a dublagem será exibida, mas ela não é veiculada por algum motivo desconhecido. É triste, eu sei, e situações assim já aconteceram comigo não só uma vez, como duas!
Infelizmente, não posso citar as produções em que isso aconteceu. Só posso dizer que foram produtos que eu traduzi e soube que foram dublados, mixados e enviados para o cliente, mas que não chegaram a ver a luz do dia ou, pelo menos, não foram exibidos onde deveriam ter sido e olha que, meses depois, usando minhas habilidades de pesquisa (e C.S.I, dessa vez), ainda não encontro nada no Google que indique onde nossa versão brasileira foi parar.
Por mais triste que seja, esses casos acima são bem raros de acontecer no campo da dublagem, então não precisa ficar aflito e achar que é algo recorrente. Entretanto, achei interessante trazer esse fato para você, porque enfim, é algo passível de ocorrer e acredito que todos os tradutores gostem de ver seu trabalho ganhando vida e indo ao ar seja na Netflix, na Amazon, na TV fechada, ou onde for, não é?
Agora talvez você possa estar se perguntando: “Mas, Paulo, você foi pago por esses trabalhos, né?” E a resposta é: “Sim”. Afinal, não é culpa do estúdio. Todos os envolvidos fizeram sua parte e cumpriram o seu dever, inclusive o tradutor, não é verdade? Portanto, todos são devidamente remunerados, tal como foi acordado com quem encomendou a dublagem. E com você? Tem algum caso parecido pra compartilhar? Não se esqueça de deixar aqui nos comentários para a nossa interação continuar. Um grande abraço e até o próximo post! 😉
Hugo Sena
22 de dezembro de 2017Olá Paulo,
Encontrei seu blog por acaso e estou curtindo bastante. Essa semana mesmo conclui um curso de tradução para dublagem com a Mabel Cezar e a Rayani e espero logo logo me tornar seu colega de profissão. ?
Seus textos são bem explicativos e é fácil de se identificar. Parabéns!
Paulo Noriega
22 de dezembro de 2017Oi, Hugo! Que bom te ver por aqui. Espero que o blog realmente te ajude a se inteirar cada vez sobre esse universo tão fascinante. Grande abraço e espero te ver ai no mercado em breve. =)
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