Ser freelancer no mundo da tradução não é novidade. Seja para meus colegas das outras áreas tradutórias ou para futuros aspirantes a tradutores, essa é a realidade de boa parte do mercado de hoje em dia. Obviamente que, dependendo da área, ainda há tradutores internos ou in-house, mas ser freelancer tem sido cada vez mais comum nas últimas décadas.
No ramo da dublagem não é diferente. Foi-se a época em que os tradutores para dublagem trabalhavam nos estúdios, para passarem a trabalhar de casa, virando assim profissionais freelancers e autônomos. Por mais que trabalhar de casa pareça o melhor dos mundos (ou muito fácil), outro ponto importante que merece ser sempre lembrado é que ser freelancer aqui NÃO É FAZER BICO DE TRADUÇÃO, e sim ser um tradutor profissional que está disposto a dar o seu melhor para contribuir com o aumento da qualidade do mercado.
Ser autônomo, como muitos de meus colegas sabem, não é nada simples e é preciso saber dos riscos que tal escolha implica, já que você dependerá unica e exclusivamente da sua produtividade para poder ter comida na mesa e pagar as contas no final do mês. É importante salientar que há épocas “mais gordas” e “mais magras”, ou seja, podem ocorrer oscilações de fluxo de trabalho, de forma que o número de clientes que você tem é crucial para balancear tais variações.
Além disso, algo extremamente crucial e básico para qualquer um que queira se aventurar nesse estilo de vida é saber como se autopromover, de modo a atrair sempre mais e mais clientes. Foi pensando nisso que decidi listar aqui, a partir da minha própria experiência, algumas dicas básicas para quem pretende se tornar um tradutor freelancer, seja traduzindo para dublagem ou para qualquer outra área. 😉
1 – Nunca deixe de estudar e se aprimorar, ou seja, não encare seu ofício como bico: estude e leia muito, tenha um bom aparato tecnológico em casa (um bom PC e uma boa conexão de internet banda larga) e faça o máximo de cursos que puder das áreas da tradução que interessem a você. Uma vez escolhida(s) a(s) área(s) nas quais pretende atuar, faça o possível para se aperfeiçoar e se especializar nelas, pois isso fará com que a qualidade do seu trabalho aumente cada vez mais!
2 – Sempre vá a eventos de tradução e congressos. Networking é tudo!
3 – Sempre faça uma autoanálise da sua produtividade e conheça seus limites, pois quando começamos em uma área da tradução, é comum não sabermos quanto tempo levamos para traduzir e entregar um trabalho com qualidade. Eu mesmo demorei um pouco para avaliar o tempo médio que levo para traduzir um desenho, um episódio de uma série ou um longa metragem inteiro, então esse é um processo perfeitamente natural. Para os primeiros trabalhos, se possível, peça prazos maiores e com o tempo, vá observando e tendo uma boa noção de sua produção diária, dos seus limites e do tempo médio gasto para realizar a sua tradução.
4 – Tenha sempre um currículo bom e atualizado. Caso ainda não tenha experiência profissional em tradução, saliente os cursos que você fez e que são direcionados para a área de tradução desejada. Lembre-se também de que pode ser muito útil ter mais de uma versão do seu currículo! Digamos que tenha interesse em atuar na área de tradução para dublagem e de tradução literária. Não compensa colocar os cursos feitos no campo da tradução para dublagem em um currículo voltado para tradução literária, entende? Coloque-se no lugar do cliente e pense: se eu fosse contratar esse tradutor, o que eu gostaria que ele me oferecesse?
5 – O primeiro cliente é sempre o mais difícil. Depois de conseguir conquistá-lo, fique de olho para ver o fluxo de trabalho enviado por ele. Se começar a ocorrer uma baixa (que é comum, como foi mencionado acima), talvez esteja na hora de ir em busca de outros.
6 – Pesquise e sonde clientes em potencial, afinal é crucial saber quem são nossos clientes, não é verdade? Caso você seja um tradutor literário, obviamente é importante ter uma relação de possíveis editoras para enviar seu currículo. Caso seja um tradutor para dublagem, é indispensável ter uma lista de estúdios do Rio de Janeiro e São Paulo, principal eixo de dublagem do país.
7 – Por fim, após ter uma cartela razoável de clientes, o desafio é saber conciliar e dar atenção a cada um deles. Para essa última dica, infelizmente, não existe fórmula, nem receita de bolo. Tudo vai depender do seu tempo, produtividade e, obviamente, da sua vida pessoal.
Espero que tenha gostado dessas dicas. Fique à vontade para deixar seu comentário e dar sugestões para temas futuros, viu? Um grande abraço e até o próximo post!
claudiorgpereira
14 de junho de 2016Paulo. Parabéns pela iniciativa. Acho super importante o compartilhamento de informações sobre o mercado. Reforço também a importância do networking e do marketing pessoal, que ajudam a alavancar nossa produtividade. Abs
Guga Almeida
22 de junho de 2016Muito bacana a iniciativa, não só de criar e escrever com constância e disciplina para o blog, mas como também por ajudar a elucidar e gerar valor para pessoas que, muitas vezes, est(ar)ão no mesmo mercado profissional que você, juntos. Parabéns. Bravo. forte abraço
pfcnoriega
24 de junho de 2016Grande Guga! Valeu pela força e tudo de bom 😉 Nos vemos por aí no mercado!!
Nayara Ferreira
23 de junho de 2016Adorei o post! Muito útil pra quem está começando, como eu!
pfcnoriega
24 de junho de 2016Obrigado pelo prestígio, Nayara. Continua ligada aqui que isso é só o começo =)
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