Neste mês de março, trago mais um guest post aqui no Traduzindo a Dublagem! Caso você ainda não tenha conferido os outros dois, é só clicar aqui e aqui! Pois bem, a convidada deste mês tem um blog super conhecido e querido por muitos e é uma assídua defensora da tradução para legendagem e dublagem. Quer saber quem? Então vem comigo! 😉
Minha convidada é ninguém menos do que Laila Compan, autora do blog Tradutor Iniciante e tradutora super atuante na tradução audiovisual, tanto na tradução para legendas quanto na tradução para dublagem. Ela é graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pós-graduada em Tradução de Espanhol pela Universidade Estácio de Sá e associada à ABRATES, a Associação Brasileira de Tradutores e Intérpretes. Além disso, já foi mentora do Programa de Mentoria Caminho das Pedras, promovido pela própria ABRATES.
Tive a ideia de chamar a Laila para ela poder compartilhar um pouco da inserção e da trajetória dela no mundo da tradução audiovisual. No post de hoje, ela não só aborda isso como também a busca por um aprimoramento profissional constante, algo que considero crucial para todos os tradutores.
Além disso, ela também nos conta como se vira atualmente lidando tanto com a tradução para legendas quanto a para dublagem, áreas irmãs, mas que têm suas particularidades. Eu espero que você goste desse relato e, como sempre, não se esqueça de deixar o seu comentário. Um grande abraço e até o próximo post! 😉
“Antes de começar a contar um pouquinho sobre a minha história no meio da tradução audiovisual, quero agradecer ao Paulo por esse convite! Realmente fiquei surpresa e muito feliz!
Bom, os seguidores do blog Tradutor Iniciante já devem saber como eu vim parar na TAV. O primeiro curso voltado para tradução que eu tive a oportunidade de fazer foi de legendagem, que na verdade nem era um curso de tradução em si. Ali só aprendemos as técnicas de legendagem. Decidi fazer o curso porque eu já tinha domínio do espanhol, queria ser tradutora, o curso era relativamente curto (dois fins de semana) e o preço era razoável.
Ao fazer o curso de legendagem, eu me apaixonei pela profissão, comecei a pós-graduação em tradução de espanhol em abril, e em julho já estava com o meu primeiro trabalho na área. Continuei participando de workshops, palestras e cursos sobre legendagem para me aperfeiçoar cada vez mais. Minha vontade era de trabalhar somente com esta área da tradução.
Em julho de 2015, vi um post no Facebook, da Dilma Machado, falando sobre o seu curso de tradução para dublagem. Eu tinha acabado de voltar do Congresso da Abrates e estava com pouco dinheiro, e optei por não fazer o curso naquela data, mas sim na próxima. Resultado: me arrependi. Em agosto ou setembro daquele ano, uma das empresas com as quais eu trabalhava perguntou se eu fazia tradução para dublagem e eu disse que ainda não. Deixei de receber trabalho.
Em novembro, quando a Dilma anunciou o curso novamente, eu fiz logo a minha inscrição. Estava decidida e faria aquele curso nem que eu precisasse deixar de comer para pagar a inscrição. Isso não aconteceu, mas quem me conhece sabe que sou exagerada assim mesmo… rs
As aulas foram bem práticas (tem um post no blog Tradutor Iniciante onde conto um pouquinho de como é o curso), e eu estranhei muito, pois na legendagem, muitas vezes, temos que resumir o que o personagem fala, e na tradução para dublagem nós temos que deixar a fala o mais completa possível, para não ter o risco de terminar a frase e o personagem continuar mexendo a boca, ou parar de mexer a boca e continuar falando… Outro detalhe que também estranhei no início foram as reações e vozerios, que na legenda são dispensados, mas obrigatórios de serem sinalizados na tradução para dublagem. Eu sempre esquecia esses detalhes, mas nada que com a pratica eu não pegasse o jeito. 😉
Quando terminei o curso com a Dilma e já estava me sentindo mais segura, comecei a informar os meus clientes de legendagem que estava trabalhando com tradução para dublagem também, e que poderiam contar comigo para a realização desse serviço. O curso terminou em novembro, em dezembro/janeiro comecei a informar, e no carnaval eu já estava recebendo o meu primeiro seriado para traduzir para dublagem (sim, passei o carnaval trabalhando)!
Resumindo um pouco a história, hoje estou trabalhando somente com tradução para dublagem e legendagem, e confesso que prefiro muito mais tradução para dublagem porque para legendar um vídeo e fazer a marcação de entrada e saída das legendas (timing) é preciso ter muita atenção e isso dá muito trabalho e toma bastante tempo, o que acaba tornando o trabalho mais cansativo.
Mesmo assim, quando pego legendagem, dependendo do cliente, não faço o timing, ou então cobro uma tarifa que me agrade e compense o trabalho. Atualmente só tenho feito legendagem de vídeos corporativos, mas meu foco total tem sido de traduzir novelas para dublagem.
Talvez você esteja pensando: “Mas e depois, não confunde? Tem que fazer legendagem e você traduz como se fosse para dublagem e vice-versa?” Não! O máximo que já aconteceu foi legendar um vídeo e, durante a revisão, eu verificar se a sincronia labial estava batendo, mas isso porque eu já estava cansada rs.
Se eu pudesse dar um conselho hoje eu diria: invista! Invista naquilo que você quer, mesmo que talvez seja preciso usar o dinheiro das compras do mês para pagar o curso que você deseja, corra atrás, porque trabalho não cai do céu, e faça sempre o seu melhor! É claro que poderia dar muitos outros conselhos, mas enfim, quem quiser dicas, pode acessar o blog tradutoriniciante.com.br e quem quiser ver alguns dos meus trabalhos na área audiovisual, pode acessar meu site novíssimo: lailacompan.com.br.
$uce$$o para todos nós!”
Ligia Ribeiro
4 de março de 2017Já estava na hora de você aparecer por aqui, Laila. Quando comecei na tradução, procurei seu blog, assisti aos seus vídeos e consumi, literalmente falando, tudo o que você publicou. Eu fiz o caminho inverso do seu na tradução audiovisual. Primeiro veio a dublagem e agora a legendagem. Por isso, me peguei a querer legendar as reações, que tenho que incluir na tradução para dublagem. Acho que esse gênero de tradução, para quem curte mídias televisivas ou cinematográficas, é uma delícia. Só que exige dedicação e muito estudo, sim. Quero fazer um curso de legendagem mais detalhado, assim que possível. Paulo, parabéns pelo convite feita a Laila, profissional tão querida. Bj.
pfcnoriega
4 de março de 2017Que bom que gostou do relato dela, Ligia. Foi uma parceria muito bacana mesmo e fiquei muito feliz com o resultado. 😉 Beijo grande.
Paula
6 de março de 2017Paulo, lendo o blog da Laila recebi o empurrão que faltava para pesquisar mais sobre tradução e semana que vem começo meu curso na Brasillis. 🙂
Hoje caí no seu blog por acaso e vejo o texto da Laila. Que coincidência!
Li muitos dos seus posts e foi muito informativo, já estou interessada em trabalhar com tradução para dublagem também rs
pfcnoriega
7 de março de 2017Oi, Paula! Que bom que gostou do texto que a Laila escreveu e dos meus outros posts também! Fico muito feliz e espero que continue por aqui acompanhando as futuras novidades. Beijo grande! =)
Viviane Andrade
14 de julho de 2017Obrigada, Paulo, por está colaboração. Pra mim foi muito importante! Abração!!
Paulo Noriega
14 de julho de 2017Que é isso, Viviane! O blog é feito com muito carinho e tenta contemplar o maior número possível de vozes nesse mundo da dublagem e da tradução pra dublagem, obviamente.
Contemplar pessoas diferentes, com bagagens diferentes – essa é a missão do blog. Além dos meus próprios artigos, essas parcerias tanto nos guest posts quanto nas entrevistas são imprescindíveis, e eu aprendo muito também, obviamente! 😉
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