Há mais curiosidades entre o microfone e o dublador do que a gente imagina e agora algumas dessas curiosidades que permeiam a nossa querida versão brasileira serão reveladas neste segundo post do mês de junho! Confesso que algumas eu já sabia, mas outras fui descobrindo com o tempo, conforme fui tendo mais contato com colegas e amigos dubladores e diretores de dublagem. Garanto que, ao fim dessa lista, pelo menos uma das cinco curiosidades listadas no post de hoje vai deixar você de queixo caído. Pronto? Vamos lá!
Orlando Drummond, um dos principais veteranos da nossa versão brasileira, deu voz a incontáveis personagens como o musculoso marinheiro Popeye, o Vingador, vilão do desenho Caverna do Dragão e o Gargamel, vilão do desenho Os Smurfs. No entanto, entre tantos personagens adorados que contaram com o talento vocal de Drummond, o cão Scooby Doo continua sendo o seu maior marco na nossa dublagem.
Drummond conseguiu a proeza e o privilégio de ser o dublador oficial do Scooby Doo aqui no Brasil por mais de 30 anos, fato que o levou a ser eternizado no livro dos recordes como profissional da dublagem a dublar um mesmo personagem por mais tempo. Tá bom pra você ou quer mais? Ah, e caso queira conferir a entrevista que fiz com esse mestre da nossa dublagem, é só clicar aqui!
Se você é fã do anime Os Cavaleiros do Zodíaco, tal como eu, vai adorar essa curiosidade. Em uma entrevista antiga feita em 2012, Marcelo Del Greco, responsável pela tradução para dublagem do anime nos últimos anos aqui no nosso país, contou que a famosa frase “Me dê sua força, Pégaso!” dita pelo cavaleiro Seiya de Pégaso NÃO EXISTE NO ORIGINAL EM JAPONÊS!
Sim, senhoras e senhoras, a famosa evocação de Seiya, dublado aqui em nosso país pelo talentoso Hermes Baroli, é um caco da nossa versão brasileira! 😉 Por essa você não esperava, né? Fique abaixo com um trecho do anime em que o cavaleiro de Pégaso demonstra o seu poder (e fala seu clássico bordão)!
Em uma entrevista que fiz com Marcelo Coutinho (ainda não publicada aqui no blog), um dos principais versionistas da área de dublagem do Brasil, uma curiosidade muito interessante em relação à dublagem da animação O Príncipe do Egito, da Dreamworks, veio à tona. O filme em questão narra a história de Moisés e sua luta para libertar os hebreus da escravidão do antigo Egito.
Para quem não sabe, Marcelo Coutinho foi o versionista e diretor musical das canções presentes na dublagem brasileira, e a música de abertura dessa incrível animação é cantada por Ofra Haza, cantora israelita, que deu sua voz para a mãe de Moisés no comecinho do longa. No entanto, você sabia que Ofra cantou a música inaugural do longa em todos os idiomas para os quais o filme foi dublado, inclusive o nosso? Isso mesmo, se você assistir à versão francesa, italiana ou espanhola, por exemplo, ouvirá a mesma cantora em todas elas!
A curiosidade especial que vim compartilhar com você foi que todo o processo de dublagem dessa música foi realizado, segundo Coutinho, em um estúdio em Londres. Lá, todos os diretores musicais dos países que realizariam a dublagem da canção se reuniram para gravá-la com a cantora israelita, inclusive o próprio Marcelo. Incrível, né? O resultado da versão brasileira você pode conferir no vídeo a seguir! 😉
Você sabia que “Um Mundo Ideal”, música clássica cantada por Aladdin e Jasmine na animação Aladdin, da Disney, quase se chamou “Um Mundo Novo”? Na mesma entrevista que fiz com Marcelo Coutinho mencionada acima, ele me revelou que, em um primeiro momento, a música se chamaria “Um Mundo Novo”, mas a sonoridade não estava agradando tanto.
Foi aí que a Disney sugeriu que usassem a solução dada para a dublagem latino-americana, que foi “Un Mundo Ideal”. Legal, né? Caso você esteja curioso, pode dar uma conferida no resultado da versão latino-americana dessa música clássica de uma das animações mais queridas do universo Disney.
Uma série muito adorada aqui no Brasil foi A Família Dinossauro (Dinosaurs, no original em inglês). Entretanto, o sobrenome Da Silva Sauro foi uma adaptação para o nosso idioma, um ótimo exemplo de domesticação.
Mas, afinal, qual era o sobrenome no original? Sinclair! Poderiam ter mantido o sobrenome original na nossa dublagem? Com certeza, mas vale lembrar que essas estratégias de domesticação eram mais recorrentes nas primeiras décadas da dublagem brasileira. E como se tratava de uma série de ficção, afinal, importa se o sobrenome era Sinclair ou Da Silva? A verdade é que essa estratégia aproximou mais o público da obra e foi o maior sucesso! 😉
E aí, o que achou dessas cinco curiosidades da nossa versão brasileira? Gostaria de ver uma segunda parte no futuro? Você já sabia de alguma das curiosidades que listei aqui? É só deixar o seu comentário que terei o maior prazer em ler e interagir com você. Um grande abraço e até o próximo post! 😉
Dilma Machado
9 de junho de 2017Adorei!!
Paulo Noriega
10 de junho de 2017=)))) Beijo, Dilma!
Beatriz
9 de junho de 2017Muito legal!
Paulo Noriega
10 de junho de 2017Que bom que gostou, Beatriz!!! =)
Ligia Ribeiro
10 de junho de 2017Só sabia da família Dinossauro porque virou uma gozação em casa, já que o sobrenome do meu namorado é Silva. Adorei, como sempre, este artigo repleto de curiosidades. É um prazer enorme ler o que você escreve. Parabéns!
Paulo Noriega
10 de junho de 2017Obrigado pelo apoio de sempre, Ligia! De coração! beijo grande =*
Maicol Santos Cazuza
11 de junho de 2017Muito bom!
Paulo Noriega
12 de junho de 2017Obrigado!!! =)
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